Delegados Africanos comprometem-se com a unidade e regionalização

Por Eveline Chikwanah*
Tradução e Adaptação pelo Revº Joao Filimone Sambo**
19 de Janeiro de 2024 | HARARE, Zimbabwe (Notícias da MU)

O Rev. Lloyd Nyarota sorri com um grupo de crianças da Primeira Igreja Metodista Unida de Changombe em Dar es Salaam, Tanzânia, durante a reunião do Fórum Metodista Unido de África, de 4 a 7 de Janeiro. A orientação reuniu 190 delegados para discutir questões de interesse para a igreja em África antes da Conferência Geral. Foto cortesia do Rev. Lloyd Nyarota.

Pontos Chave:

  • O Fórum Metodista Unido de África reuniu 190 delegados para discutir questões de interesse para a igreja em África antes da Conferência Geral.

  • Os delegados Africanos de todas as três conferências centrais afirmaram que queriam permanecer Metodistas Unidos.

  • As conversas centraram-se na unidade da Igreja, na regionalização, no ensino superior no continente, na abordagem à desinformação e nos Princípios Sociais Revistos propostos.

  • Os delegados Africanos apoiaram a adopção dos Princípios Sociais Revistos com uma alteração que reafirmou que a Igreja Metodista Unida deve reconhecer o casamento como um pacto sagrado e vitalício entre um homem e uma mulher.

Quase 200 delegados Africanos à próxima Conferência Geral dizem que estão empenhados em permanecer na Igreja Metodista Unida e expressaram o seu apoio à regionalização.

O grupo reuniu-se de 4 a 7 de Janeiro em Dar es Salaam, na Tanzânia, para uma orientação organizada pelo grupo de defesa do Fórum Metodista Unido Africano para se preparar para a próxima assembleia legislativa, agendada para 23 de Abril a 3 de Maio em Charlotte, Carolina do Norte.

“Os delegados rejeitam inequivocamente todas as propostas de desfiliação dentro da IMU em África, reafirmando o seu compromisso de permanecerem membros fiéis e trabalharem para a unidade e crescimento contínuos da igreja,” disse o grupo num comunicado divulgado após a reunião.

Bispos, líderes da igreja, delegados e funcionários da agência geral estiveram entre os que participaram no Fórum Metodista Unido de África em Dar es Salaam, Tanzânia, de 4 a 7 de Janeiro. A reunião reuniu 190 delegados Africanos antes da Conferência Geral. Foto cortesia do Rev. Lloyd Nyarota.

O Fórum de África foi criado no ano passado para promover a unidade e oferecer um espaço para os Metodistas Unidos se envolverem em conversas e colaboração. Um outro grupo de defesa no continente, a Iniciativa África, está alinhado com grupos tradicionalistas, incluindo a Associação do Pacto Wesleyano e a dissidente Igreja Metodista Global, que foi lançada em 2022 no meio do debate de longa data da denominação em torno da homossexualidade.

O Rev. Lloyd Nyarota, coordenador geral do Fórum Metodista Unido de África, disse que o grupo é onde pessoas com ideias diferentes se reúnem para discutir abertamente sem medo ou serem manipuladas.

“A UMAF proporcionou uma oportunidade para os delegados Africanos reverem a informação e dissiparem toda a desinformação que circulava. Há pessoas, especialmente nos EUA, que têm tendência a falar em nome de África, e esta reunião foi para permitir que os delegados Africanos falassem por si próprios sobre o que irão apoiar e a igreja que pretendem construir.

“A reunião foi para discutir e chegar a acordo sobre um caminho a seguir e (como) construir um futuro maior para a Igreja Metodista Unida em África,” disse Nyarota.

Quase 200 delegados Africanos à próxima Conferência Geral reuniram-se no Centro Episcopal Católico da Tanzânia, em Dar es Salaam, Tanzânia, de 4 a 7 de Janeiro, para uma orientação organizada pelo grupo de defesa Fórum Metodista Unido da África. A reunião foi realizada para ajudar a preparar os delegados para a próxima assembleia legislativa, marcada para 23 de Abril a 3 de Maio em Charlotte, N.C. Foto cortesia de Asaph Ally, Noticias da UM.

A próxima Conferência Geral planifica ter 862 delegados votantes no total – 55,9% dos EUA, 32% de África, 6% das Filipinas, 4,6% da Europa e o restante de igrejas concordatas que têm laços estreitos com a Igreja Metodista Unida.

Os 190 delegados que participaram na orientação representaram a maioria dos 278 delegados de África que deverão participar na Conferência Geral.

Os delegados, juntamente com os principais líderes, bispos e representantes das agências gerais, discutiram questões que preocupam a Igreja em África. As conversas centraram-se na regionalização, no ensino superior no continente, na abordagem à desinformação e nos Princípios Sociais Revisados propostos pela Igreja.

Em 2012, a Conferência Geral autorizou um esforço para tornar os Princípios Sociais mais sucintos, teologicamente fundamentados e globalmente relevantes. A versão revista apresentada aos delegados este ano para votação é o resultado de um processo plurianual que envolve contribuições de mais de 4.000 Metodistas Unidos em todo o mundo.

Na reunião, os delegados Africanos apoiaram a adopção dos Princípios Sociais Revistos com uma alteração que reafirma que a Igreja Metodista Unida deve reconhecer o casamento como um pacto sagrado e vitalício entre um homem e uma mulher.

O grupo também apelou à contínua priorização do Fundo da África University e manifestou o seu apoio a uma petição do Junta da Educação Superior e Ministério da Metodista Unida para um fundo quadrienal de 5 milhões de dólares para apoiar o desenvolvimento educacional em África.

Ao discutir a regionalização, o grupo deu o seu apoio ao Pacto de Natal, um plano que os líderes das conferências centrais introduziram pouco antes do Natal de 2019. O Pacto de Natal incorpora a conferência regional dos EUA e vai mais longe em transformar as conferências centrais existentes – regiões eclesiásticas em África, Europa e Filipinas — em conferências regionais com igual autoridade.

Em Agosto, a Comissão Permanente sobre Assuntos da Conferências Centrais aprovou o envio de legislação semelhante à Conferência Geral. Ao abrigo desse plano, as sete conferências centrais actuais e os EUA tornar-se-iam, cada uma, conferências regionais Metodistas Unidas com os mesmos deveres e poderes para aprovar legislação para um maior impacto missionário nas suas respectivas regiões.

“Debatemos as legislações de regionalização e concordamos que África apoiará o Pacto de Natal porque é a única legislação de regionalização que os delegados Africanos tiveram a oportunidade de rever em diferentes línguas,” disse Nyarota.

“Discutimos as outras legislações, mas descobrimos que elas não estão amplamente disponíveis para os Africanos, portanto não há mais tempo para pedir aos Africanos que apoiem peças legislativas que não tiveram a oportunidade de ler. Os delegados expressaram claramente a sua preocupação por não terem visto ou lido o resto das legislações,” disse ele.

Durante a reunião do Fórum Metodista Unido de África no Centro Episcopal Católico da Tanzânia, em Dar es Salaam, Tanzânia, de 4 a 7 de Janeiro, as conversas centraram-se na unidade da igreja, na regionalização, no ensino superior no continente e nos Princípios Sociais Revisados propostos. Foto cortesia do Rev. Lloyd Nyarota.

A legislação de regionalização da Comissao Permanente está disponível em Inglês, Francês e Português desde Novembro.

Na sua declaração, os delegados sublinharam “a necessidade de uma representação justa, de uma atribuição equitativa de recursos e de um poder de decisão partilhado para todas as regiões, incluindo África. É sublinhada a importância da paridade, da equidade e da igualdade de privilégios na finalização da legislação de regionalização.”

Nyarota disse que o grupo de delegados reafirmou o slogan do Fórum de África: “Fomos, somos e seremos sempre Metodistas Unidos”. Eles também abraçaram a campanha #BeUMC (#SejaIMU) da denominação como uma forma de falar sobre permanecerem Metodistas Unidos.

Os Metodistas Unidos no continente há muito que estão divididos sobre questões que envolvem o futuro da igreja. Em Novembro, o Rev. Jerry Kulah, coordenador geral da Iniciativa de África, divulgou uma declaração rejeitando a regionalização e promovendo propostas de desfiliação. Isto seguiu-se a uma declaração de Setembro assinada por todos os bispos Africanos, com excepção do Bispo da Área da Nigéria, John Wesley Yohanna, condenando os esforços de grupos de defesa tradicionalistas que procuram desmembrar a denominação.

“Há um grupo que vende informações de que África está a pedir à Conferência Geral legislação sobre desfiliação. Os 190 delegados reunidos em Dar es Salaam disseram que não precisam disso e que não sabem quem fala em nome de África. Concordaram em opor-se a tal legislação e comprometeram-se a permanecer Metodistas Unidos,” disse Nyarota.

Ele chamou a reunião do Fórum de África de “mini Conferência Geral”, observando que havia delegados de todas as três conferências centrais em África, de todas as cinco jurisdições dos EUA e das Filipinas.

O orador principal, Bispo Israel M. Painit, da Área de Davao, na Conferência Central das Filipinas, disse que um futuro emocionante acena para a Igreja Metodista Unida conexional no sul global, com foco nos vibrantes continentes de África e Ásia.

“Esta jornada que temos pela frente é muito promissora, uma jornada em direção a uma igreja mais conectada, resiliente e impactante que abraça a rica diversidade de nossas congregações,” disse ele.

Painit disse que as cinco conferências anuais na sua área episcopal apoiaram a regionalização e observou que Gálatas 3:28 apoia a legislação proposta: “Esta Escritura enfatiza a unidade e a igualdade encontradas em Cristo, transcendendo as distinções culturais, sociais e de género”.

Ele disse que a legislação celebraria a diversidade regional, uma vez que cada área traria as suas culturas e perspectivas, enriquecendo assim a experiência colectiva de adoração. Também capacitaria a liderança local para responder de forma mais eficaz às necessidades e desafios únicos das suas regiões.

“Numa estrutura regionalizada, o culto torna-se uma expressão dinâmica das culturas e tradições locais. A IMU em África e na Ásia pode cultivar uma adoração contextual que ressoe profundamente nos congregantes, promovendo uma ligação mais íntima com Deus e promovendo um sentimento de pertença dentro de diversas comunidades,” disse ele.

“Abordemos esta transição com sabedoria e espírito de unidade. Amigos, a união é uma escolha.”

A Reverenda Betty Kazadi Musau, quatro vezes delegada à Conferência Geral do Norte de Katanga, no Congo, ficou grata pelo espaço de conferência sagrado criado pelo fórum para os delegados Africanos interagirem e dissiparem alguns mitos que circulam sobre a regionalização.

“Beneficiei-me da orientação feita pelos Africanos para os Africanos em África. É histórico que os Africanos se tenham reunido em África para orientar outros delegados, não sobre a divisão da igreja, mas sobre como permanecer unidos. Não havia política nisso. Podia-se ver muitos concidadãos Africanos a quererem permanecer na UMC,” disse ela. Musau é membro da comissão governante das Comunicações Metodistas Unidas, a agência-mãe das Noticias da MU.

O Rev. André Vieira, da Conferência Leste de Angola, disse que os delegados Africanos estão empenhados em lutar pela unidade.

“Estávamos falando (a) mesma língua para o bem da Igreja em África,” disse ele.

*Chikwanah é correspondente da UM News com sede em Harare, Zimbabué.

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